sábado, 14 de março de 2015

Como uma onda no mar

      As vezes paro para pensar um pouco, protesto de 15 de março para impeachment, o povo no facebook, e como o  a massa é levada como uma onda;  Chamam de Histeria coletiva  mas é perceptível  que da burguesia revolucionaria francesa até os protestos de 15 de março de 2015 possuem grande interesse de levar a massa como uma onda, a melhor maneira de você controlar uma pessoa ou um grupo é quando eles acreditam que estão tomando suas próprias decisões.
      Como se combate um câncer? com quimioterapia... dependem de qual estágio o câncer está ocorre a "Cura". A quimioterapia pode ser utilizada para destruir as células cancerígenas até que não seja mais possível detectá-las em seu corpo e/ou utilizada para impedir que o câncer  recorra, enfim brasília é um pulmão com câncer de um fumante, não será impeachment que ira mudar nosso destino.
      Talvez  tenha alguma coisa errada com nossa alma brasileira, alguma coisa na raiz da nossa cultura, que espera o carro quebrar pra ir a pé na estrada chamar um mecânico; Ruim com ela?... pior sem ela...

quinta-feira, 21 de março de 2013

"Lampião"


Como Lampião entrou na cidade de Juazeiro
acompanhado de cinquenta cangaceiros e como ofereceu os
seus serviços à legalidade contra os revoltosos

O dia doze de março
Foi alegre, alvissareiro,
Porém para o sertanejo
Tornou-se quase açougueiro,
A polícia protestou
Quando Lampião entrou
Na cidade de Juazeiro.

Cerca de cinquenta Homens
Cada qual mais bem armado
Trajando roupa de cáqui
Tudo bem municiado
Desde o mais velho ao mais moço
Tinha um lenço no pescoço
Preso num laço amarrado

Compunha-se o armamento
De Fuzil, rifle e punhal
Cartucheira na cintura
Medonha e descomunal
Conduzindo muitas balas
Ninguém podia contá-las:
Dizia assim o jornal

A maioria dos homens
Que compõe-se o pelotão
São filhos de Pernambuco
Bem do centro do sertão
Os de Pageú de Flores
que também são defensores
Do valente Lampião

Um deles chama-se galo
Dizem que luta com três
Pela fortidão parece
Ser filho de holandês
Diz que tem vinte e dois anos
E é um dos pernambucanos
Que nunca entrou xadrez

Tem só dois homens casados
No grupo de Lampião
O mais é tudo solteiro
Mostrando satisfação,
Se entram em certo perigo
Porém faz muitos amigos
Por todo aquele sertão

De todos não tem um só
Que se mostre arrependido
Embora que da polícia
Vivem sempre perseguidos
Dizia assim um gaiato:
Quem se confia no mato
Vive sempre garantido

chumbinho é um dos melhores
Do grupo de Lampião
Tem vinte anos de idade
E com boa disposição,
Só se vê ele contente
Narrando constantemente
Seus feitos pelo sertão

Causou admiração
Ao povo de juazeiro
Quando lampião entrou
Mansinho como um cordeiro,
Com toda sua regência
Que lhe rende obediência
Por ser leal companheiro

Em juazeiro hospedou-se
Em casa de seu irmão
Aglomerava-se o povo
Todo em uma multidão
Dizendo:"Não está direito
Só vou daqui satisfeito
Quando olhar para Lampião"

De toda parte chegava
Gente para o Juazeiro
Alguns deles se vestiam
Com as roupas d'um romeiro,
Quem morava no deserto
Vinha pra ver bem de perto
O famoso cangaceiro

Um repórter da gazeta
Com lampião quis falar
No meio da multidão
Quase não pôde passar
Machucando muita gente
Pôde ele finalmente
Com lampião conversar

Ali se complementaram,
E começou o jornalista
Da vida de lampião
Saber por uma entrevista,
Narrou tintim por tintim
Do princípio até o fim
Sem nada perder de vista

Começou logo a conversa
De uma forma animada
Lampião tinha a linguagem
Muito desembaraçada,
Mostrando sua importância
Falando com arrogância
Como quem não via nada

O repórter na conversa
Prestava toda atenção
Gravou na mente o retrato
Bem fiel de lampião,
O seu perfil natural
De um modo original
Com a maior perfeição

Estatura mediana
O corpo bem cometido
O rosto bastante oval
E queixo muito comprido
Eis os traços principais
Deste que entre os mortais
Tornou-se tão conhecido

Ele tra o seu cabelo
Americano cortado
Traz a nuca descoberta
Usa o pescoço raspado
Os dedos cheios de anéis
Boas alpercatas nos pés
Pra lhe ajudar no serrado

Tinha a calça de bom pano
paletó de brim escuro
No pescoço um lenço verde
De xadrez e bem seguro
Por um anel de brilhante
Que se via faiscante
Por ter um metal mais puro

Usava óculos também
Pra encobrir um defeito
Moléstia que Lampião
Sofre no olho direito
Mesmo assim enxergava tudo
Pois no sertão tem estudo
Faz o que quer a seu jeito

O tempo que Lampião
Com o repórter conversou
Conversa que certamente
Mais d'uma hora durou
Conservou-se muito sério
Mostrava com todo império
A fama que conquistou

Não desprezou um momento
Seu mosquetão de Vitória
Aquela sinistra lenda
Pra ele tem fama e glória,
Se julga reconhecido
Que seu dever tem cumprido
Pra ter nome da história

Num tamborete sentado
Lampião só respondia
Às perguntas que o repórter
Com assento lhe fazia,
Sempre de arma na mão
Prestando muita atenção
Ao movimento que havia

Assim naquela atitude
Rosto firme, olhar insano
Quem o visse não dizia
Ser um ente desumano,
Prestava atenção a tudo
Com um caráter sisudo
Parecia um soberano

Suas armas pesam muito
Porém Lampião não sente
Mais de quatrocentas balas
Carrega sobressalentes,
Às vezes dói-lhe o espinhaço
Porque o grande cangaço
Empina ele pra frente

O repórter perguntou
A Lampião sua idade
Tenho vinte e sete anos
Com toda serenidade,
Sinto-me bastante forte
Não tenho medo da morte
Nem fujo da autoridade

Há dez anos me ajuntei
Com o grupo do Pereira
Inda não tive vontade
De abandonar a carreira,
Me dei bem com o negócio
Ainda encontrando um sócio
Não vou fazer esta asneira

Porém quando eu deixar
Esta predileta arte
Da melhor sociedade
Eu tenho de fazer parte,
Aí ninguém mais protesta
Vivo numa vida honesta
Sem usar do bacamarte

O repórter perguntou
Se ele não se comovia
Com os assaltos às fazendas
Usando da tirania
Na propriedade alheia
Sempre de algibeira cheia
Pelos roubos que fazia

Lampião lhe respondeu:
"Não fiz mal a esta gente
Se acaso peço dinheiro
É muito amigavelmente"
No meio da entrevista
Lampião ergueu a vista
De lado viu um tenente

Lampião disse ao repórter
Se acaso eu for derrotado
O meu irmão fica aí
No meu lugar colocado,
A casa está definida
Quem vier tirar-me a vida
Diga que está desgraçado

Ali chegou uma velha
Com uma imagem na mão 
O repórter e mais alguém
Prestaram toda atenção,
Disse a velha paciente:
"Eu trago aqui um presente
Pro coroné Lampião".

Disse a velha: "Aqui eu trago
Remédio pra sua dor
Guarde consigo esta imagem
E tenha fé no Criador,
Pelo poder do MEssias
Inda brigando dez dias
Bala não fere o senhor

Recebeu ele a imagem
Da forma que lhe convinha
Acreditando o milagre
Que a velha disse que tinha,
Pegou um dos seus anéis
E mais um conto de réis
Botou na mão da velhinha

Terminada a entrevista
Falou assim Lampião
Disse para o jornalista:
"Me ofereça um cartão
Seja bom para comigo
Escreva lá um artigo
Pra ver se eu tenho perdão"

O povo do Juazeiro
Todos queriam saber
Ali naquela cidade
Lampião que foi fazer
De fato, a sua presença
Produziu a mais imensa
Dúvida que se pode ter

Dizia o jornal que ele
Andava assim na cidade
Na terra o padre Cícero
Gozando da liberdade,
É porque foi confirmado
Que ele tinha prestado
Serviço à legalidade

Em Cipó de Pernambuco
Estava um combate travado
Por contingentes  legais
Com um grupo revoltado,
Se lampião não chegasse
Que aos legais ajudasse
Tudo estava derrotado

De um batalhão patriota
Da primeira companhia
Do senhor tenente chagas
Por certo se acabaria,
Se não fosse Lampião
Que se meteu na questão
Até o chefe morria

O combate foi renhido
Foi uma luta de glória
Uma espada da briosa
È o facho da Vitória,
Que Lampião apresenta
Dizendo:" Esta ferramenta
Leva meu nome á história"

Bastante reconhecido
Com este feito guerreiro
O mesmo tenente CHagas,
Como amigo verdade
Trouxe Lampião contente
E entrou com ele à frente
Nas portas do Juazeiro

Foi por sua conta e risco
Que no Juazeiro entrou
Na frente do padre Cícero
Tenente Chagas provocou,
Deixando o povo ciente
Que todo seu contingente
Foi Lampião que salvou

Da polícia em Juazeiro
Houve um grande oposição
Porque queriam prender
O famoso Lampião,
Não puseram conseguir
Porque precisavam ouvir
O padre Cícero Romão

Em menos de meia hora
Juntou-se uma comissão
Foram conferenciar
Com o padre Cícero Romão,
Temendo alguma censura
Foram exigir a cultura
Do povo de Lampião

Disse o padre: "Nesse ponto
Eu nada tenho a dizer
falsidade àquele homem
Também não posso fazer
como é que vou maltratar
Quem ajudou a livrar
Nosso povo de morrer?"

Todos olham bem pra ele
Com muito ódio e rancor
"Eu sou chefe da igreja
Dei provas de bom pastor,
Não consinto violência
Tenham santa paciência
Não posso ser traidor"

O que eu posso arranjar
Para não ser censurado
È fazer por onde ele
Só ande aqui desarmado,
E tomo contado resto,
Faço dele um homem honesto
Pacato e moralizado



João Martins de Athayde

sábado, 6 de outubro de 2012

" Hello World "

" Hello world "; Estava a algum tempo com a ideia de criar um blog sem pretensão com conteúdo pessoal, sobre política, quadrinhos, filosofia, música e besteiras digo resenhas em geral. " Espalhem a palavra "